Câncer e doenças cardíacas são responsáveis
por grande parte das mortes no Brasil, mas são assuntos que quase nunca
aparecem relacionados. Embora pouco conhecidos, os tumores cardíacos existem e
quase sempre passam despercebidos até que o primeiro ecocardiograma de rotina
os denuncie.
Os tumores de coração podem ser primários,
quando a origem é no próprio tecido do coração, ou secundários, quando resultam
de metástase de algum outro câncer pré-existente.
— O coração não é o alvo mais frequente de
metástases. Pode acontecer em alguns casos em que a doença está mais avançada
ou de alguns cânceres no rim e nos órgãos genitais, em que ele cresce pela veia
cava — afirma o cirurgião cardiovascular Noedir Antônio Groppo Stolf, professor
emérito da Faculdade de Medicina da USP.
Diferentemente de outras cardiopatias, o
tumor cardíaco não escolhe suas vítimas de acordo com a idade ou com os hábitos
de vida.
— Os metastáticos ocorrem mais em idosos,
mas os primários podem acometer qualquer pessoa, especialmente adultos jovens —
constata Stolf.
O que não necessariamente é motivo de
pânico: se o tumor for benigno e tiver localização fácil, como acontece na
maioria dos casos, uma cirurgia quase sempre é suficiente para corrigir o
problema, sem deixar sequelas.
— O procedimento é curativo na maioria dos
casos e uma recidiva não é comum. Se o tumor for maligno e reincidir, às vezes
é necessário quimioterapia e radioterapia, mas o resultado não costuma ser bom
— diz o especialista.
Os sintomas vão desde falta de ar e perda da
capacidade física até uma embolia ou um derrame, causados por um fragmento do
tumor solto na circulação. Mas casos assintomáticos não são raros. O
diagnóstico é feito por exames de imagem de rotina, pedidos normalmente em
checapes, como o ecocardiograma e a tomografia computadorizada.
O câncer de coração é extremamente raro -
algo em torno de 0,001% a 0,3% de todas as neoplasias – e a maioria dos casos
(75%) é do tipo benigno.
FONTE: REVISTA GALILEU e ZH VIDA
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