segunda-feira, 6 de julho de 2015

Existe câncer de coração?

 Câncer e doenças cardíacas são responsáveis por grande parte das mortes no Brasil, mas são assuntos que quase nunca aparecem relacionados. Embora pouco conhecidos, os tumores cardíacos existem e quase sempre passam despercebidos até que o primeiro ecocardiograma de rotina os denuncie.
   Os tumores de coração podem ser primários, quando a origem é no próprio tecido do coração, ou secundários, quando resultam de metástase de algum outro câncer pré-existente.
   — O coração não é o alvo mais frequente de metástases. Pode acontecer em alguns casos em que a doença está mais avançada ou de alguns cânceres no rim e nos órgãos genitais, em que ele cresce pela veia cava — afirma o cirurgião cardiovascular Noedir Antônio Groppo Stolf, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP.
   Diferentemente de outras cardiopatias, o tumor cardíaco não escolhe suas vítimas de acordo com a idade ou com os hábitos de vida.
   — Os metastáticos ocorrem mais em idosos, mas os primários podem acometer qualquer pessoa, especialmente adultos jovens — constata Stolf.
   O que não necessariamente é motivo de pânico: se o tumor for benigno e tiver localização fácil, como acontece na maioria dos casos, uma cirurgia quase sempre é suficiente para corrigir o problema, sem deixar sequelas.
   — O procedimento é curativo na maioria dos casos e uma recidiva não é comum. Se o tumor for maligno e reincidir, às vezes é necessário quimioterapia e radioterapia, mas o resultado não costuma ser bom — diz o especialista.
   Os sintomas vão desde falta de ar e perda da capacidade física até uma embolia ou um derrame, causados por um fragmento do tumor solto na circulação. Mas casos assintomáticos não são raros. O diagnóstico é feito por exames de imagem de rotina, pedidos normalmente em checapes, como o ecocardiograma e a tomografia computadorizada.

   O câncer de coração é extremamente raro - algo em torno de 0,001% a 0,3% de todas as neoplasias – e a maioria dos casos (75%) é do tipo benigno.

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