quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Oncocheckup: a prevenção além do dia a dia


  As chances de desenvolver o câncer aumentam com o avançar da idade. A extensão da longevidade nas últimas décadas é parte da explicação para o crescente número de pacientes oncológicos.  Como 90% dos cânceres são curados quando detectados em estágio inicial, é importante ter em mente que prevenção e atenção aos primeiros sinais podem ser decisivos.
   Além dos cuidados com a alimentação e a necessidade de eliminar hábitos conhecidamente nocivos à saúde, como o fumo e o sedentarismo, o indicado é que a pessoa não procure um médico apenas quando parecer necessário ou até inadiável. Exames periódicos, chamados de oncocheckup, são importantes para detectar qualquer alteração precoce.
   “A pessoa tem que procurar um bom médico – um que converse bastante com o paciente, que fique com ele ao menos por uns 30 minutos e o examine dos pés à cabeça. E, com base nos fatores de risco da pessoa, o médico deve pedir os exames apropriados”, recomenda Ademar Lopes, cirurgião oncológico e vice-presidente do Hospital A.C. Camargo Cancer Center.

A hora certa de começar
   Para as mulheres, o exame de papanicolau deve ser feito anualmente desde o início da vida sexual, já que detecta casos de câncer de colo do útero. A mamografia deve entrar no calendário a partir dos 35 anos. “Se fizermos diagnóstico precoce e tratamento apropriado, podemos curar 90% dos casos de câncer, a baixo custo e sem mutilação. Se for esperar identificar pelo exame de toque, o estágio já estará avançado”, explica Lopes.
   No caso dos homens, o exame de toque que detecta o câncer de próstata deve ser feito anualmente a partir dos 45 anos.
   Homens e mulheres devem fazer a colonoscopia a partir dos 50 anos. O exame, que detecta câncer no intestino, deve ser feito a cada cinco anos. “Quase 100% dos cânceres no intestino vem de um pólipo, que é uma verrugazinha pedindo para ser retirada. É importante entender que a pessoa portadora desses pólipos não sente nada”, explica Lopes, alertando para a detecção precoce. “Se o indivíduo já teve casos na família também, deve fazer os exames a cada três ou quatro anos. Se alguma alteração foi detectada, ele deve fazer o exame anualmente”, completa.

   Em todos os tipos de câncer, o início dos cuidados deve ser antecipado, se houver casos na família. A recomendação do vice-presidente do Hospital A. C. Camargo é que os exames comecem a ser feitos quando a pessoa tiver 10 ou 15 anos a menos do que tinha o familiar, quando descobriu a doença. Isso significa que, se a mãe da paciente teve câncer de mama aos 40, ela deve fazer mamografia a partir dos 25, 30 anos de idade.

FONTE: IG

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A relação entre álcool e oito tipos de câncer



   Pelo menos um terço de todos os casos de câncer pode ser evitado e o alcoolismo está relacionado entre 2 a 4% das mortes provocadas por esta doença. O risco varia de acordo com a quantidade de álcool consumida ao longo da vida e aumenta consideravelmente quando associado ao tabagismo.
   O controle do consumo de bebidas alcoólicas é uma medida preventiva também para várias outras patologias, como a cirrose hepática, doenças neurais, mentais e gástricas. O álcool é apresentado como fator de risco em vários tipos de tumores malignos, listados a seguir:

- Câncer de cavidade oral, faringe e laringe: Há um aumento comprovado do risco com uso de álcool, principalmente quando associado ao tabagismo. O álcool pode agir como um solvente, auxiliando as substâncias químicas prejudiciais do cigarro a entrarem nas células do trato digestivo e diminuindo a sua capacidade de reparar os danos no DNA provocados pelo fumo.

- Câncer de esôfago: O álcool é um forte fator de risco para este câncer, mas o efeito carcinogênico parece limitado à cerveja e destilados, não incluindo o vinho. O risco aumenta proporcionalmente com a quantidade de álcool ingerido. O consumo de tabaco e álcool é relacionado ao carcinoma escamoso de esôfago.

- Câncer de fígado: O uso prolongado e intenso de álcool é ligado ao aumento do risco de câncer de fígado, através do dano as células hepáticas, levando  à inflamação. Estudos apontam que entre 1% a 2% dos casos de cirrose alcoólica nos Estados Unidos desenvolvem carcinoma hepatocelular.

- Câncer colorretal: Oito estudos avaliaram se o consumo de álcool está relacionado ao aumento do risco de câncer colorretal, com um seguimento entre seis a  dezesseis anos. Pessoas que consomem mais de 30g/dia de álcool (cerca de duas doses por dia) possuem risco superior àqueles que não ingerem álcool.

- Câncer de mama: Mesmo o consumo de poucas doses na semana (5 a 9,9 g/dia) é ligado ao aumento de risco de câncer de mama em mulheres, sendo especialmente alto em mulheres com ingestão baixa de folato, que pertence a família das vitaminas B. Análises de estudos de 322.647 mulheres, com seguimento de 11 anos, sugerem que mulheres que consomem 30-60g de álcool por dia têm 40%  de aumento de risco para câncer de mama. O álcool retarda o metabolismo do estrógeno, aumentando seus níveis com maior exposição do tecido mamário.

- Câncer de pâncreas: Análises de 32 estudos avaliaram a associação entre álcool e câncer de pâncreas, com evidências de aumento do risco em etilistas pesados, isto é, pessoas com consumo superior a três doses diárias.

Qual é a importância do tipo de bebida?
   As bebidas contêm diferentes quantidades de etanol, mas em geral 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de licor contêm a mesma quantidade de etanol. De toda forma, a quantidade de álcool consumida ao longo do tempo se revela um fator mais importante no aumento do risco de câncer do que o tipo de bebida.

Como o álcool leva ao câncer?
O álcool está relacionado ao câncer através de vários mecanismos:
- Dano tecidual, agindo como um irritante que causa danos no reparo do DNA.
- Bactérias intestinais podem transformar o álcool em acetoaldeído que, em laboratório, são carcinogênicos em animais.
- O álcool e seus subprodutos causam danos diretamente ao fígado, levando à inflamação e cicatrizes e que, consequentemente, causam erros no DNA durante a tentativa de reparo dessas células. 
- O álcool age como solvente, ajudando outras substâncias prejudiciais, tais como as que são presentes no cigarro, a entrar nas células com mais facilidade. Isto pode explicar o aumento do risco da combinação de álcool e cigarro.
- O álcool pode comprometer a capacidade do corpo de absorver folato dos alimentos, principalmente em etilistas pesados e que não possuem uma dieta balanceada. Baixos níveis de folato aumentam o risco de câncer de mama e colorretal. 
- O álcool pode aumentar as calorias da dieta, contribuindo para o ganho de peso em algumas pessoas, sendo a obesidade fator de risco para muitos tipos de câncer.

Álcool durante e após tratamento oncológico
   O consumo de álcool durante ou após o tratamento oncológico deve ser discutido com o médico previamente. Entre os fatores importantes estão: o tipo de câncer, o risco de recorrência, o tratamento que foi ou que está sendo realizado. Um estudo prospectivo chamado LACE, que incluiu mulheres com câncer de mama, mostrou que o consumo de mais de 6g/ dia de álcool aumenta o risco de recidiva e de morte por este câncer.

Qual a quantidade recomendada?
   As orientações para prevenção do câncer da Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society) recomenda o limite de duas diárias para homens e uma dose diária para mulheres de álcool. Isto não significa que beber uma quantidade grande em poucos dias na semana seja o indicado. O consumo superior a isso pode levar a pessoa a sérios problemas de saúde e até sociais. 
   Alguns estudos têm remetido essa substância à diminuição do risco de doenças cardíacas, mas existem formas mais saudáveis de se prevenir tais patologias. As principais são: não fumar, manter uma dieta pobre em gorduras saturada e o peso ideal, realizar atividades físicas regularmente, além de controlar a pressão arterial e colesterol.

Vale destacar que pessoas que apresentem história de alcoolismo na família e mulheres grávidas nunca deveriam ingerir bebidas alcoólicas.

FONTE: CANCERINFO

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Amianto e o risco à vida dos trabalhadores


   O Amianto pertence a uma família de minerais fibrosos que são encontrados em depósitos subterrâneos. Uma variedade da substância, o amianto branco, é usada na indústria da construção civil nos países em desenvolvimento, mas é proibido na maioria dos países industrializados, devido aos riscos que oferece à saúde. Outras formas de amianto – como o azul e o marrom – são proibidos em todo o mundo.
   A vasta utilização do amianto é explicada por suas propriedades: resistência ao fogo e à corrosão, pouco peso e baixo custo de produção. Por isso, essa fibra mineral é usada no isolamento das casas, na proteção ao fogo (em roupas de segurança), caixas d’água, pisos, telhas, componentes de freios de automóveis, revestimentos de máquinas e alguns tipos de materiais plásticos.

Por que o amianto é perigoso?
   A inalação do amianto é considerada extremamente nociva à saúde. Fragmentos microscópicos de fibras de amianto são potencialmente perigosos quando inalados, porque podem provocar doenças respiratórias, tais como:
- Câncer de pulmão, sendo essa a causa mais comum em pessoas expostas à substância;
- Mesotelioma, uma forma de câncer no peito que praticamente só ocorre em pessoas expostas ao amianto;
- Asbestose, uma doença que causa falta de ar e pode levar a problemas respiratórios mais graves.
   A periculosidade é explicada pela ação no organismo, pois, uma vez  dentro do corpo humano, as fibras microscópicas do pó de amianto nunca mais são eliminadas. Essas fibras estimulam as mutações celulares que são a origem dos tumores.
   O amianto branco, conhecido como crisótilo, é a única forma de amianto usada hoje. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a variação também é associada a outros tipos de câncer, mas seus produtores dizem que a substância é segura, se manejada com cuidado.
   Acredita-se que as fibras de amianto são responsáveis pelo aumento do risco de câncer de pulmão em trabalhadores que são expostos diariamente à substância, como mineradores, trabalhadores da construção civil, profissionais que precisam manipular o amianto e mecânicos que trabalham com freios.
   A asbestose pode surgir em uma década após exposição inicial ao amianto, mas, em muitos, a doença se manifesta ainda mais tarde. O mesotelioma pode surgir em 30, 40 ou até 50 anos após a exposição. Médicos afirmam que pacientes diagnosticados com mesotelioma têm menos de cinco anos de expectativa de vida.
   Alguns médicos afirmam também que o risco surge apenas quando o material é partido, rachado ou danificado, fazendo com que o pó seja liberado no ambiente. Assim, a água contida numa caixa d’água de amianto, por exemplo, não oferece riscos a quem a consome.

Onde o amianto é usado?
   Em quase todos os países da União Europeia, Austrália e em mais de 20 países, o amianto branco é proibido. Ele é limitado a quantidades pequenas nos Estados Unidos e no Canadá.
   Os maiores consumidores são China, Índia e Rússia. Os maiores exportadores são Rússia, Cazaquistão, Brasil e Canadá.
   No Brasil, o amianto é amplamente produzido e usado, apesar de alguns esforços isolados para se banir a substância. O Congresso Nacional tem um projeto para que se diminua progressivamente até que o amianto seja totalmente abolido.
   O Brasil é o terceiro maior produtor e exportador de amianto, que é vendido para países como Colômbia e México. O país também é o quinto maior consumidor do produto.  As 11 empresas que trabalham com o produto no país empregam mais de 3,5 mil pessoas diretamente e movimentam R$ 2,5 bilhões por ano.

O amianto pode ser usado de forma segura?
   Alguns especialistas afirmam que o amianto branco traz menos risco à saúde do que o amianto azul e marrom, mas, mesmo empresas que vendem a substância alertam que trabalhadores devem evitar inalar o ar onde há o produto.
   Nos Estados Unidos, as fábricas precisam se certificar de que existe menos de 0,1 partículas de amianto por centímetro cúbico de ar. Um órgão de saúde do governo americano afirma que mesmo a exposição a esse grau de contaminação do ar, ao longo de uma vida toda de trabalho, pode provocar cinco mortes por câncer e duas por asbestose em cada mil trabalhadores.

Como os trabalhadores podem se proteger?
   Eles podem usar roupas protetoras e máscaras para respiração. Outra medida é reduzir o nível de poeira nas fábricas com ventiladores, aspiradores e água, mantendo o ambiente mais úmido.

Familiares de trabalhadores também correm risco?

   O maior grupo de risco são os trabalhadores expostos por muito tempo. No entanto, há casos de esposas que morreram de doenças relacionadas ao amianto por manejarem as roupas sujas do marido. Filhos de trabalhadores também já morreram pelo mesmo motivo.

FONTE: BBC e BRASIL ESCOLA