O câncer de fígado
é dividido em duas categorias: o primário do fígado e o secundário ou metastático
(originado em outro órgão e que atinge também o fígado).
O termo "primário
do fígado" é usado nos tumores originados no fígado, como o
hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular (tumor maligno primário mais frequente
que ocorre em mais de 80% dos casos), o colangiocarcinoma (que acomete os
ductos biliares dentro do fígado), angiossarcoma (tumor do vaso sanguíneo) e,
na criança, o hepatoblastoma.
Apesar de não
estar entre as neoplasias mais prevalentes, o câncer hepatobiliar requer alta
complexidade no seu diagnóstico e proficiência no tratamento. Porém, de acordo
com os dados consolidados sobre mortalidade por câncer no Brasil em 1999, o
câncer de fígado e vias biliares ocupava a sétima posição, sendo responsável
por 4.682 óbitos.
O câncer de fígado geralmente não apresenta sinais
e sintomas nos estágios iniciais da doença. Em alguns casos mais avançados, a
doença pode apresentar:
- Perda de peso.
- Falta de apetite.
- Sensação de plenitude na parte superior do
abdome, após uma refeição leve.
- Náuseas.
- Vômitos.
- Febre.
- Fígado aumentado.
- Baço aumentado.
- Dor abdominal.
- Inchaço ou acúmulo de líquido no abdome.
- Coceira.
- Icterícia (pele e mucosas amareladas).
- Veias da barriga dilatadas e visíveis através da
pele.
- Agravamento da hepatite crônica ou cirrose.
Alguns tumores hepáticos produzem hormônios que
atuam em outros órgãos além do fígado e podem causar:
- Hipercalcemia (Aumento do cálcio no sangue).
- Hipoglicemia (Diminuição do açúcar no sangue).
- Ginecomastia (Aumento da mama em homens).
- Eritrocitose (Aumento dos glóbulos vermelhos do
sangue).
- Altos níveis de colesterol.
Estes sintomas também estão relacionados a outras doenças, não são
necessariamente sinais e sintomas exclusivos do câncer de fígado. Entretanto,
existindo qualquer um desses sintomas, um médico deverá ser consultado para o
diagnóstico preciso e o início do tratamento, caso necessário.
O
diagnostico do câncer de fígado é realizado através de exames de imagem. A tomografia
computadorizada, quando realizada com contraste endovenoso dinâmico, isto é,
com cortes sem contraste, com contraste no tempo arterial, portal e
supra-hepático, consegue identificar lesões neoplásicas do fígado com acuracia
de 75% a 90%. Porém, lesões menores do que 3 cm têm a sua detecção prejudicada
devido à isodensidade do parênquima hepático normal.
A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) não
apresenta grande diferença em relação a Tomografia Computadorizada, quanto a capacidade de identificar os tumores hepáticos primários ou metastáticos. Este
exame pode definir um pouco melhor a extensão do tumor nos pacientes com
cirrose hepática, assim como demonstrar os vasos principais sem a necessidade
de administração de contraste venoso e diferenciar lesões císticas.
A laparoscopia permite uma
visualização direta e a biópsia do tumor, além de avaliar a presença ou
ausência de disseminação peritoneal. Sua eficácia aumenta quando associada à
ultrassonografia videolaparoscópica, aumentando o índice de ressecabilidade dos
pacientes selecionados para a laparotomia.
A colangioressonância, a colangiotomografia, a colangiografia endoscópica
retrógrada ou percutânea transhepática podem ser úteis no diagnóstico e no
planejamento do tratamento dos tumores, principalmente das vias biliares.
Os
principais fatores de risco são a cirrose hepática, infecções pelos vírus da
hepatite B e C, hemocromatose, exposição a aflatoxina, entre outros. Aqueles
com diagnóstico de cirrose hepática podem se beneficiar de rastreamento com
ultrassonografia e dosagem sérica de alfa-fetoproteína.
Com
relação ao tratamento, o tamanho do tumor, presença ou não de cirrose no paciente são
fatores importantes na escolha da decisão da melhor estratégia de tratamento. Pessoas sem
cirrose podem ser submetidas a cirurgia para remover o tumor ou podem
administrar tratamentos que destroem o tumor sem cirurgia, como injeção de
álcool ou com o tratamento com radiofreqüência para aquecê-los a altas
temperaturas. O transplante do fígado pode ser indicado naqueles casos em que
há um número pequeno de lesões confinadas ao fígado e cujo tamanho não
ultrapassa os 5 cm.
Fonte: Minha Vida e
OncoGuia
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