O diagnóstico do câncer traz consigo uma série de
sentimentos confusos e de difícil compreensão, não apenas para o paciente, mas
também para os familiares e amigos que desejam ajudar, mas não sabem como. As
dúvidas são muitas: “o que e como falar?”, “sobre o que devemos conversar?”,
“como posso ajudar?”, entre tantas outras.
Não há uma maneira certa ou errada para agir nesse momento.
Aos poucos, todos (paciente, amigos e familiares) encontrarão a melhor forma de
conversar de forma aberta e sincera sobre a doença. Mas sugerimos algumas que
poderão ajudar:
- Busque informação
Entender um pouco sobre o câncer poderá ser útil nesse
momento. Sempre que for possível, leia e aprenda algo sobre a doença e seu
tratamento. Assim, você poderá compreender melhor a fase pelo qual o paciente
está passando.
- Cuide de sua
ansiedade e procure controlá-la
É compreensível que você esteja preocupado e ansioso por
notícias, sobre o avanço do tratamento e tudo mais que se refira à saúde do
paciente. No entanto, é preciso se colocar no lugar da pessoa. Imagine o
“bombardeio” de perguntas e questionamentos enfrentados todos os dias e quão
cansativa essa rotina pode ser. Por isso, mantenha-se presente, oferecendo assistência,
companhia durante as consultas e tratamentos, mas tenha empatia sempre.
- Ofereça ajuda
Durante o tratamento oncológico, são necessárias algumas
mudanças e adaptações na vida de todos da família. Pergunte de que forma você
pode ajudar nesse momento, lembrando que pequenas atitudes podem ser de grande
valia. Fazer as compras, levar as crianças para a escola, buscar o resultado de
um exame ou preparar uma refeição são gestos sempre bem-vindos.
- Ouça
Se, no momento, não houver nada que você possa fazer e,
mesmo assim, deseja ser útil de alguma forma, apenas escute. Muitas vezes,
ouvir o que o paciente tem a dizer ou respeitar o seu silêncio são formas de
grande ajuda.
- Faça visitas
Se você deseja fazer uma visita, lembre-se: ligue antes e
pergunte qual o melhor dia e horário. É importante saber que os dias após uma
cirurgia são bastante difíceis por conta dos pontos e da reabilitação, assim
como os dias seguintes à quimioterapia. Alguns pacientes costumam apresentar
episódios de náuseas e vômitos ou se sentir muito cansados e sem ânimo para
nada, inclusive para receber visitas. Seja compreensivo, se ele não puder ou
quiser falar ao telefone. Com o passar dos dias, os efeitos colaterais se vão e
os pacientes ficam bem mais animados, retomando a rotina de suas vidas.
- Bate papo
Alguns pacientes relatam que não aguentam mais falar sobre o
câncer, seus tratamentos e demais detalhes desse assunto. Uma boa opção é você
falar sobre a sua vida ou demais questões do cotidiano. O paciente poderá se
sentir útil dando-lhe também algum conselho ou ajuda. Caso ele queira falar
sobre a doença, e você estiver bem com isso, respeite e ouça. Desviar do
assunto ou ouvi-lo sem estar à vontade é sempre pior. A sinceridade e
honestidade são pontos fundamentais em qualquer relação.
- Chorar
Eventual ou frequentemente, isso pode acontecer. É
importante saber que altos e baixos emocionais são comuns e que, em alguns
momentos, você pode perceber que o paciente está mais fragilizado
emocionalmente. Se isso acontecer, e você não souber o que fazer, ouça,
mostre-se presente e deixe-o desabafar. Se não souber o que falar, fique em
silêncio e lhe dê um grande abraço. Se você nesse momento sentir vontade de chorar, chore. Não tenha
medo de expressar seus sentimentos.
- Tenha cuidado ao falar
Algumas pessoas, justamente pela dificuldade em lidar com o
câncer, ficam sem saber o que falar diante do paciente. Por conta disso, falam
frases do tipo: “nossa, você está muito bem!”, “você está melhor do que eu
imaginava!”, “você nem parece ter câncer”, “o seu cabelo já está crescendo?” ou
“Você está de peruca? Nem parece”.
Essas frases podem passar a sensação de falta de verdade ao
paciente e entristecê-lo. Por isso, não falte com a sinceridade e a
sensibilidade nessas horas.
Outras dicas
- Não falte com a verdade dizendo que não há com que se
preocupar;
- Ouça o que o paciente tem a dizer sobre seus sentimentos e
medos e permita que você também os tenha;
- Caso o paciente esteja demonstrando muita raiva ou
frustração, seja compreensivo e não leve para o lado pessoal, porque esses
sentimentos são muito comuns em algumas fases da doença. Nessa hora, fique por
perto, mesmo que seja em silêncio, e lhe dê apoio. Dessa forma, você permitirá
que ele expresse seus sentimentos e reclamações e, ao ser apoiado, se sentirá
melhor;
- Fique de olho aos sinais e sintomas da depressão. Se
observar que o paciente está depressivo, ajude-o a encontrar um adequado
suporte emocional, que pode ser um psiquiatra (caso se trate de uma depressão
que precisa ser medicada) ou psicólogo. Converse com o médico que está
acompanhando o caso o quanto antes;
- Entenda que o paciente poderá precisar de ajuda para fazer
algumas coisas que ele costumava fazer sozinho. Inclusive, pode ser que você
precise assumir algumas de suas responsabilidades;
- Lembre-se de que a alteração de paladar é um efeito
colateral bastante comum durante o tratamento quimioterápico. Uma dica é você
preparar comidas diferentes e servi-las em pequenas refeições durante todo o
dia. Esteja pronto para fazer algumas modificações e ajustes no cardápio.
FONTE: CCANCER
Nenhum comentário:
Postar um comentário