sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Convivendo com um paciente oncológico: como ajudar


O diagnóstico do câncer traz consigo uma série de sentimentos confusos e de difícil compreensão, não apenas para o paciente, mas também para os familiares e amigos que desejam ajudar, mas não sabem como. As dúvidas são muitas: “o que e como falar?”, “sobre o que devemos conversar?”, “como posso ajudar?”, entre tantas outras.
Não há uma maneira certa ou errada para agir nesse momento. Aos poucos, todos (paciente, amigos e familiares) encontrarão a melhor forma de conversar de forma aberta e sincera sobre a doença. Mas sugerimos algumas que poderão ajudar:

- Busque informação
Entender um pouco sobre o câncer poderá ser útil nesse momento. Sempre que for possível, leia e aprenda algo sobre a doença e seu tratamento. Assim, você poderá compreender melhor a fase pelo qual o paciente está passando.

Cuide de sua ansiedade e procure controlá-la
É compreensível que você esteja preocupado e ansioso por notícias, sobre o avanço do tratamento e tudo mais que se refira à saúde do paciente. No entanto, é preciso se colocar no lugar da pessoa. Imagine o “bombardeio” de perguntas e questionamentos enfrentados todos os dias e quão cansativa essa rotina pode ser. Por isso, mantenha-se presente, oferecendo assistência, companhia durante as consultas e tratamentos, mas tenha empatia sempre.

- Ofereça ajuda
Durante o tratamento oncológico, são necessárias algumas mudanças e adaptações na vida de todos da família. Pergunte de que forma você pode ajudar nesse momento, lembrando que pequenas atitudes podem ser de grande valia. Fazer as compras, levar as crianças para a escola, buscar o resultado de um exame ou preparar uma refeição são gestos sempre bem-vindos.

- Ouça
Se, no momento, não houver nada que você possa fazer e, mesmo assim, deseja ser útil de alguma forma, apenas escute. Muitas vezes, ouvir o que o paciente tem a dizer ou respeitar o seu silêncio são formas de grande ajuda.

- Faça visitas
Se você deseja fazer uma visita, lembre-se: ligue antes e pergunte qual o melhor dia e horário. É importante saber que os dias após uma cirurgia são bastante difíceis por conta dos pontos e da reabilitação, assim como os dias seguintes à quimioterapia. Alguns pacientes costumam apresentar episódios de náuseas e vômitos ou se sentir muito cansados e sem ânimo para nada, inclusive para receber visitas. Seja compreensivo, se ele não puder ou quiser falar ao telefone. Com o passar dos dias, os efeitos colaterais se vão e os pacientes ficam bem mais animados, retomando a rotina de suas vidas.

- Bate papo
Alguns pacientes relatam que não aguentam mais falar sobre o câncer, seus tratamentos e demais detalhes desse assunto. Uma boa opção é você falar sobre a sua vida ou demais questões do cotidiano. O paciente poderá se sentir útil dando-lhe também algum conselho ou ajuda. Caso ele queira falar sobre a doença, e você estiver bem com isso, respeite e ouça. Desviar do assunto ou ouvi-lo sem estar à vontade é sempre pior. A sinceridade e honestidade são pontos fundamentais em qualquer relação.

- Chorar
Eventual ou frequentemente, isso pode acontecer. É importante saber que altos e baixos emocionais são comuns e que, em alguns momentos, você pode perceber que o paciente está mais fragilizado emocionalmente. Se isso acontecer, e você não souber o que fazer, ouça, mostre-se presente e deixe-o desabafar. Se não souber o que falar, fique em silêncio e lhe dê um grande abraço. Se você nesse momento  sentir vontade de chorar, chore. Não tenha medo de expressar seus sentimentos.

- Tenha cuidado ao falar
Algumas pessoas, justamente pela dificuldade em lidar com o câncer, ficam sem saber o que falar diante do paciente. Por conta disso, falam frases do tipo: “nossa, você está muito bem!”, “você está melhor do que eu imaginava!”, “você nem parece ter câncer”, “o seu cabelo já está crescendo?” ou “Você está de peruca? Nem parece”.
Essas frases podem passar a sensação de falta de verdade ao paciente e entristecê-lo. Por isso, não falte com a sinceridade e a sensibilidade nessas horas.

Outras dicas

- Não falte com a verdade dizendo que não há com que se preocupar;

- Ouça o que o paciente tem a dizer sobre seus sentimentos e medos e permita que você também os tenha;

- Caso o paciente esteja demonstrando muita raiva ou frustração, seja compreensivo e não leve para o lado pessoal, porque esses sentimentos são muito comuns em algumas fases da doença. Nessa hora, fique por perto, mesmo que seja em silêncio, e lhe dê apoio. Dessa forma, você permitirá que ele expresse seus sentimentos e reclamações e, ao ser apoiado, se sentirá melhor;

- Fique de olho aos sinais e sintomas da depressão. Se observar que o paciente está depressivo, ajude-o a encontrar um adequado suporte emocional, que pode ser um psiquiatra (caso se trate de uma depressão que precisa ser medicada) ou psicólogo. Converse com o médico que está acompanhando o caso o quanto antes;

- Entenda que o paciente poderá precisar de ajuda para fazer algumas coisas que ele costumava fazer sozinho. Inclusive, pode ser que você precise assumir algumas de suas responsabilidades;


- Lembre-se de que a alteração de paladar é um efeito colateral bastante comum durante o tratamento quimioterápico. Uma dica é você preparar comidas diferentes e servi-las em pequenas refeições durante todo o dia. Esteja pronto para fazer algumas modificações e ajustes no cardápio.

FONTE: CCANCER

Nenhum comentário:

Postar um comentário