quarta-feira, 17 de junho de 2015

O câncer que vem do sol

Você pode até usar protetor solar contra raios solares, mas a luz visível também provoca sérios tumores no corpo 


Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) nos traz uma péssima notícia: a luz visível emitida pelo sol também pode causar câncer de pele.

O tumor de pele é a espécie mais frequente no País, com uma incidência de 25% dos casos. Em tese, a investigação científica significa que o uso de protetor solar não basta para se proteger contra o sol. Conforme o bioquímico Maurício Baptista, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), os filtros  podem minimizar os efeitos da radiação ultravioleta – que é invisível ao olho humano. Ele destaca ainda que essa agressão pode ser intensa, o que a maioria das pessoas – por desinformação – desconsidera.

É preciso ter atenção para a compreensão dos perfis de mutações encontrados em melanomas humanos. É possível observar evidências de que ocorra a oxidação do DNA. Antes esses eventos eram atribuídos à radiação UVA, mas, agora, como se mostrou, também podem ser efeito da luz visível.
Os pesquisadores informam que a divisão entre luz visível e invisível é arbitrária para a pele. Ou seja, ao contrário do olho humano, que faz uma distinção para perceber a forma e intensidade, para a pele basta a incidência.
A melanina (pigmento escuro, responsável pela coloração da pele) absorve parte da energia da luz visível. Em seguida, a transfere para as moléculas de oxigênio. Com o processo, surge o oxigênio singlete, que é mais reativa e tem o poder de atingir o material genético. Esse contato, em tese, deterioraria o DNA. O mais interessante é que o oxigênio singlete, muitas vezes, pode ser utilizado como terapia contra algumas espécies de câncer, conforme foi usado desde os anos 1960. Este tratamento é chamado de terapia fotodinâmica, que usa luz e compostos fotossensíveis.
GENE REGULADOR
No caso do oxigênio gerado pela luz visível, o dano desencadeado pode afetar um gene regulador da proliferação celular. E com isso, a célula começa a se multiplicar descontroladamente – que é o início do câncer.
Conforme a pesquisa, os cientistas atestaram o papel duplo do pigmento melanina: ele tanto  protege a pele dos danos causados por certos tipos de luz, como facilita os provocados por outros. Os primeiros indícios de que a luz visível também podia ser prejudicial.  Vieram da descoberta da ação nociva da radiação UVA algumas décadas atrás. Isso também quebrou o dogma de que a UVB era a única faixa do espectro solar que causava danos na pele. Agora é necessário quebrar o dogma de que esse efeito nocivo acontece apenas por causa dos raios UV.

Fonte: DM 

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