Você
pode até usar protetor solar contra raios solares, mas a luz visível também provoca sérios tumores no corpo
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Química da
Universidade de São Paulo (USP) nos traz uma péssima notícia: a luz visível
emitida pelo sol também pode causar câncer de pele.
O tumor de pele é a espécie mais frequente no País,
com uma incidência de 25% dos casos. Em tese, a investigação científica
significa que o uso de protetor solar não basta para se proteger contra o sol. Conforme
o bioquímico Maurício Baptista, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP),
os filtros podem minimizar os efeitos da radiação ultravioleta – que é
invisível ao olho humano. Ele destaca ainda que essa agressão pode ser intensa,
o que a maioria das pessoas – por desinformação – desconsidera.
É preciso
ter atenção para a compreensão dos perfis de mutações encontrados em melanomas
humanos. É possível observar evidências de que ocorra a oxidação do DNA. Antes
esses eventos eram atribuídos à radiação UVA, mas, agora, como se mostrou,
também podem ser efeito da luz visível.
Os
pesquisadores informam que a divisão entre luz visível e invisível é arbitrária
para a pele. Ou seja, ao contrário do olho humano, que faz uma distinção para
perceber a forma e intensidade, para a pele basta a incidência.
A
melanina (pigmento escuro, responsável pela coloração da pele) absorve parte da
energia da luz visível. Em seguida, a transfere para as moléculas de oxigênio. Com
o processo, surge o oxigênio singlete, que é mais reativa e tem o poder de
atingir o material genético. Esse contato, em tese, deterioraria o DNA. O mais
interessante é que o oxigênio singlete, muitas vezes, pode ser utilizado como
terapia contra algumas espécies de câncer, conforme foi usado desde os anos
1960. Este tratamento é chamado de terapia fotodinâmica, que usa luz e
compostos fotossensíveis.
GENE
REGULADOR
No caso
do oxigênio gerado pela luz visível, o dano desencadeado pode afetar um gene
regulador da proliferação celular. E com isso, a célula começa a se multiplicar
descontroladamente – que é o início do câncer.
Conforme
a pesquisa, os cientistas atestaram o papel duplo do pigmento melanina: ele
tanto protege a pele dos danos causados por certos tipos de luz, como facilita
os provocados por outros. Os primeiros indícios de que a luz visível também
podia ser prejudicial. Vieram da descoberta da ação nociva da radiação
UVA algumas décadas atrás. Isso também quebrou o dogma de que a UVB era a única
faixa do espectro solar que causava danos na pele. Agora é necessário quebrar o
dogma de que esse efeito nocivo acontece apenas por causa dos raios UV.
Fonte: DM
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