No Brasil, 20% dos diagnósticos
de câncer de próstata são feitos em fase avançada. Mas a medicina conseguiu
ampliar em cinco anos, 30% da taxa de sobrevida dos pacientes.
De todos os cânceres em fase de
metástase, o de próstata é o mais controlável. Os novos medicamentos são
desenvolvidos a partir de uma tecnologia extremamente sofisticada. A
abiraterona, por exemplo, ataca o tumor em duas frentes. Corta a produção na
glândula suprarrenal do hormônio testosterona, o combustível para os tumores
prostáticos, e diminui a síntese do hormônio dentro das células cancerígenas.
Além da abiraterona, há três medicações de ultima geração. Algumas delas são de
um requinte tecnológico impressionante, como a vacina terapêutica Sipuleucel-T.
Feita sob medida para o paciente, ela estimula o sistema imunológico a combater
as células tumorais.
O câncer de próstata está entre
os tumores mais indolentes. Ele leva quinze anos para atingir um centímetro
cúbico. Com esse tamanho, pequeno, o tumor está confinado à glândula, e pode
ser tratado com tranquilidade. Quando ele escapa e atinge outro órgão, a coisa
muda de figura. Tumores de crescimento lento são resistentes à quimioterapia, a
primeira opção de tratamento nos casos de metástase. Isso porque os
quimioterápicos têm como característica atingir o DNA da célula tumoral,
sobretudo durante a divisão das células. Quando a divisão é lenta, o efeito da quimioterapia
é menor, portanto. E é nesse cenário que os novos medicamentos representam uma
grande notícia.
Todos os anos 60 000 homens recebem o diagnóstico de câncer
de próstata no Brasil, sendo a segunda neoplasia mais comum entre o sexo
masculino, depois dos tumores de pele. Quando a doença é diagnosticada e
tratada precocemente, a cura chega a 97%.
O problema é que dois em cada dez
casos da doença no país são descobertos em fase de metástase. Nos Estados
Unidos, esse índice cai à metade. Com relação à prevenção, para os homens assintomáticos com idade entre
50 e70 anos não está indicado o rastreamento populacional, baseado na ausência
de evidências científicas de que as estratégias atualmente disponíveis (toque
retal e dosagem de PSA) reduzam a mortalidade por este câncer, além do risco de
seus efeitos adversos. No caso de história de pai ou irmão com diagnóstico de
câncer da próstata antes dos 60 anos deve-se proceder encaminhamento para
consulta especializada para receber orientação sobre as limitações, os
benefícios e os riscos do rastreamento do câncer da próstata.
Fonte: Veja Abril
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