A mamografia ainda é a forma mais eficaz de
detectar precocemente alterações nos seios capazes de gerar um câncer - até
mesmo as que, de tão pequenas, passam despercebidas no auto-exame.
Mas o melhor método também falha: nem sempre a imagem é nítida o suficiente para mostrar essas lesões. Em geral, uma em cada dez mulheres precisa repetir a mamografia, uma espécie de radiografia das mamas.
Mas o melhor método também falha: nem sempre a imagem é nítida o suficiente para mostrar essas lesões. Em geral, uma em cada dez mulheres precisa repetir a mamografia, uma espécie de radiografia das mamas.
A solução parece surgir agora com uma nova versão
dessa técnica, a mamografia digital, que chegou recentemente ao Brasil e ainda
é pouco utilizada no país. Na mamografia digital, feixes de raios X atravessam
a mama e atingem um detector que os transformam em sinais elétricos,
transmitidos a um computador. Já no método tradicional, a radiação deixa
impressa a imagem do seio em um filme.
Um estudo realizado na Unifesp comparou o
desempenho dessas duas técnicas e constatou: a mamografia digital detecta de
forma mais precisa as lesões menores (com menos de um milímetro) e mais
difíceis de serem observadas por aparecerem com pouco contraste - quase sempre a
diferença entre o tecido sadio e o doente é muito sutil.
Especialistas chegaram a essa conclusão depois de
confrontar os resultados de 236 imagens geradas com o uso de três peças de
acrílico que simulam uma mama. No interior dessas peças, chamadas de
simuladores, pontos representavam alterações que podem surgir nos seios das
mulheres, como nódulos, fibras e microcalcificações.
O grau de detecção dessas estruturas ilustra bem a
diferença entre a mamografia digital e a tradicional. Ao utilizar uma das peças
que distribuía aleatoriamente microcalcificações de 0,20 milímetros, a
mamografia digital identificou 20% das alterações em mamas de tamanho padrão
(quando comprimida tem cerca de quatro centímetros). Já os dois aparelhos
convencionais não conseguiram detectar nenhuma lesão.
Outro mérito da nova técnica é agilidade. Com a
mamografia digital, a imagem fica pronta em apenas cinco segundos e é possível
melhorá-la no próprio monitor - aumentando-a ou alterando o contraste - sem
depender da presença da mulher que se submete ao exame. O resultado disso é um
diagnóstico mais rápido e preciso. Na mamografia convencional, o filme leva
cerca de três minutos para ser revelado e, no caso de a imagem não ficar
nítida, é preciso chamar a paciente novamente.
Prevenção
Embora
as chances de cura do câncer de mama sejam altas se for descoberto a tempo,
mais da metade dos casos são diagnosticados em estágios muitos avançados.
A melhor estratégia para prevenção e controle é a detecção precoce, por meio de exame clínico e mamografia anual.
De
acordo com as recomendações do INCA, atualizadas em 2013, a mamografia de
rastreamento deve ser realizada em mulheres sem sinais ou sintomas de câncer de
mama, sendo recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Mamografia diagnóstica é realizada em
mulheres com algum sinal ou sintoma de câncer de mama. Antes dos 35 anos, o
método de escolha para avaliação por imagem de lesões palpáveis da
mama é a ultrassonografia mamária.
Nos EUA,
a Organização Americana de prevenção conhecida como U.S. Preventive Services
Task Force (USPSTF) recomenda rastreamento em mulheres com idade entre 50 e 74
anos com mamografia a cada 2 anos, e em mulheres entre 40 e 49 anos considerar
riscos e benefícios com seu médico mastologista ou oncologista.
Já a
Sociedade de Câncer Americana ( American Cancer Society) recomenda mamografia
a partir de 40 anos, anualmente. Com esta medida de prevenção, a taxa de
mortalidade pode ser diminuída em 20% no Brasil. A estimativa de 2003 era de
10,4 óbitos a cada 100 mil mulheres.
Fonte: Jornal da
Paulista e Portal da Educação / INCA –Instituto Nacional de Câncer / American
Cancer Society (ACS)
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