quinta-feira, 10 de abril de 2014

Mamografia digital aumenta detecção precoce de câncer

A mamografia ainda é a forma mais eficaz de detectar precocemente alterações nos seios capazes de gerar um câncer - até mesmo as que, de tão pequenas, passam despercebidas no auto-exame. 

Mas o melhor método também falha: nem sempre a imagem é nítida o suficiente para mostrar essas lesões. Em geral, uma em cada dez mulheres precisa repetir a mamografia, uma espécie de radiografia das mamas. 


A solução parece surgir agora com uma nova versão dessa técnica, a mamografia digital, que chegou recentemente ao Brasil e ainda é pouco utilizada no país. Na mamografia digital, feixes de raios X atravessam a mama e atingem um detector que os transformam em sinais elétricos, transmitidos a um computador. Já no método tradicional, a radiação deixa impressa a imagem do seio em um filme. 

Um estudo realizado na Unifesp comparou o desempenho dessas duas técnicas e constatou: a mamografia digital detecta de forma mais precisa as lesões menores (com menos de um milímetro) e mais difíceis de serem observadas por aparecerem com pouco contraste - quase sempre a diferença entre o tecido sadio e o doente é muito sutil. 

Especialistas chegaram a essa conclusão depois de confrontar os resultados de 236 imagens geradas com o uso de três peças de acrílico que simulam uma mama. No interior dessas peças, chamadas de simuladores, pontos representavam alterações que podem surgir nos seios das mulheres, como nódulos, fibras e microcalcificações.

O grau de detecção dessas estruturas ilustra bem a diferença entre a mamografia digital e a tradicional. Ao utilizar uma das peças que distribuía aleatoriamente microcalcificações de 0,20 milímetros, a mamografia digital identificou 20% das alterações em mamas de tamanho padrão (quando comprimida tem cerca de quatro centímetros). Já os dois aparelhos convencionais não conseguiram detectar nenhuma lesão. 

Outro mérito da nova técnica é agilidade. Com a mamografia digital, a imagem fica pronta em apenas cinco segundos e é possível melhorá-la no próprio monitor - aumentando-a ou alterando o contraste - sem depender da presença da mulher que se submete ao exame. O resultado disso é um diagnóstico mais rápido e preciso. Na mamografia convencional, o filme leva cerca de três minutos para ser revelado e, no caso de a imagem não ficar nítida, é preciso chamar a paciente novamente. 

Prevenção


Embora as chances de cura do câncer de mama sejam altas se for descoberto a tempo, mais da metade dos casos são diagnosticados em estágios muitos avançados.

A melhor estratégia para prevenção e controle é a detecção precoce, por meio de exame clínico e mamografia anual.

De acordo com as recomendações do INCA, atualizadas em 2013, a mamografia de rastreamento deve ser realizada em mulheres sem sinais ou sintomas de câncer de mama, sendo recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.   Mamografia diagnóstica é realizada em mulheres com algum sinal ou sintoma de câncer de mama. Antes dos 35 anos, o método de escolha para avaliação por imagem de lesões palpáveis da mama é a ultrassonografia mamária.

Nos EUA, a Organização Americana de prevenção conhecida como U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda rastreamento em mulheres com idade entre 50 e 74 anos com mamografia a cada 2 anos, e em mulheres entre 40 e 49 anos considerar riscos e benefícios com seu médico mastologista ou oncologista.

Já a Sociedade de Câncer Americana ( American Cancer Society) recomenda mamografia a partir de 40 anos, anualmente. Com esta medida de prevenção, a taxa de mortalidade pode ser diminuída em 20% no Brasil. A estimativa de 2003 era de 10,4 óbitos a cada 100 mil mulheres.


Fonte: Jornal da Paulista e Portal da Educação / INCA –Instituto Nacional de Câncer / American Cancer Society (ACS)

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